UMA ANTIGA MAGIA

26/11/2013 09:59

 

Um gato espichou perto da janela. Ela estava aberta. As magias naturais das antigas feiticeiras haviam transcendido os templos e os tempos. Em plena casa moderna, dançando com as tecnologias, uma chama se manteve acesa no candelabro dos mistérios. As roupas haviam mudado, mas a alma era a mesma. Queria integração, amor e beleza!

Ela seria consagrada aos Deuses de Pedra, mas o fogo do amor falou mais alto. Uma promessa mais antiga, um sentido mais profundo. Uma força mais presente que tomava seu corpo como a fúria de um furacão. Não haveria dogma que rebaixasse as escolhas do coração, nem regras que prenderia as ligações da alma em seu estado de plenitude. Seu corpo era o templo, seu coração o altar, sua vida com a natureza o livro das revelações. Sua prece era ser feliz! Assim os Deuses internos eram reverenciados. Escutou seu chamado.

Vestiu o velho manto. Em uma noite de lua nova seu olhar foi magnetizado por luzes do céu, tão intensas que poderia iluminar a cidade por dias. Eram luzes irmãs, eram forças amigas. Queriam brindar o momento tão especial com os cantos secretos e os encantos mais sábios de uma vida. Nova vida, uma oportunidade de renascimento. Os celulares foram desligados, as chaves deixadas na mesa, todas as contas foram pagas, as preocupações foram estendidas enquanto secavam as emoções turbulentas. Em um abraço de luz ela se sentiu inteira.
Viemos aqui para escolher, sua consciência reluzia. Com todos os direitos do Universo de chamar para perto da alma e do corpo as riquezas, a saúde e as alegrias. Seu espírito conversava com os espíritos. Seu corpo conversava com os corpos celestes. Suas qualidades se multiplicavam a cada dia. Estava presente a magia. A magia estava no presente. O bem era transmitido, no bem estava vestido, o espírito do bem era seu amigo. Um gato espichou perto da janela. Ela estava aberta.

 

Mitakuye Oyasin!