Somos espíritos eternos: o que temos feito por nós mesmos nesse sentido?
Já perceberam como é difícil responder à pergunta "quem sou eu?". Para responder, buscamos identificar em nós, possíveis qualidades e/ou defeitos: sou paciente, sou ansioso, etc.; ou então, nos identificamos pela atividade profissional que exercemos; outras vezes, utilizamos nossa filiação: sou filho de fulano, neto de sicrano, etc.; e às vezes, nos identificamos pelo estado civil: casado, solteiro, etc...
No entanto, nenhuma dessas respostas vai ao fundo da questão. O correto seria perguntar "o que somos?". E chegaríamos à uma descoberta incrível: somos espíritos! E, no momento, espíritos encarnados! Mas isso nos leva à outra dúvida: "o que é o espírito?".
Essa foi uma das mais de mil perguntas que Allan Kardec fez aos Espíritos Superiores. E a resposta foi anotada e incluída em sua primeira obra: "O Livro dos Espíritos". É a pergunta 23, cuja resposta é profunda: - "Os espíritos são os seres inteligentes do Universo.". Eles esclarecem que fomos criados simples e ignorantes, isto é, simples em relação à forma física e ignorantes em relação às Leis Divinas. Isso significa que, desde o momento em que fomos criados por Deus, num momento longínquo que não conseguimos compreender e nem determinar, teríamos pela frente um longo percurso a fazer, impulsionados pela Lei do Progresso, até atingirmos o estado atual. Mas ainda nos falta muito até alcançarmos o aperfeiçoamento máximo, em direção ao Criador!
Ao longo de nossa trajetória evolutiva, atingimos a idade da razão, já reencarnando como seres humanos, a cerca de 40 mil anos. Durante esses milênios, o ser humano tinha apenas três preocupações básicas: comer, dormir e se reproduzir. Embora dotados de razão, já com possibilidade de escolher entre o certo e o errado, o bem e o mal, fomos acumulando mais erros do que acertos, na busca da satisfação dessas necessidades.
Embora sejamos bilhões de criaturas aqui na Terra (encarnados e desencarnados), Deus cuida de nós como se fossemos únicos! É imenso o cuidado que Ele tem por todos nós! E não podemos nos esquecer que o mesmo amor que Ele tem por nós, tem igualmente por todos os seres da Criação! Não há privilégios, nem méritos sem conquistas! O que nos diferencia uns dos outros, perante o Criador, são nossas ações!
Quando Jesus se reportou aos mandamentos das Leis de Deus (não são mandamentos, mas sim, ensinamentos!), Ele assim se pronunciou: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este é: amarás ao teu próximo como a ti mesmo."
Identificamos nessas palavras três tipos de amor: o amor a Deus, o amor ao próximo e o amor a nós mesmos. O amor por nós mesmos é o ponto básico para que possamos amar nosso próximo. Se somos infelizes com nós mesmos, dificilmente saberemos fazer alguém feliz. No entanto, que sensação maravilhosa quando estamos de bem com nós mesmos, satisfeitos com o que somos e com o que fazemos, em paz com nossa consciência, felizes por termos feito o máximo e o melhor possível ao nosso alcance, sem prejudicar a ninguém! São essas pessoas a que se refere Jesus em seus ensinamentos; são essas as pessoas capazes de proporcionar aos outros o bem que já conseguem fazer por si próprias!
Sabendo agora que somos espíritos eternos, o amor por nós mesmos ganha outro significado. Não se trata apenas dos cuidados de ordem material, necessários e passageiros, mas sim, os cuidados de natureza espiritual.
O Espírito Emmanuel diz que "podemos escapar da morte, mas não conseguiremos escapar da vida!". Sendo assim, vale a pena fazermos a nós mesmos essa pergunta: o que tenho feito por mim mesmo, como espírito eterno que sou?
Deus nos ama profundamente e, apesar das nossas imperfeições, somos importantes para Ele. Se não fosse assim, Ele não nos teria criado, já que Ele não faz nada que não tenha uma finalidade útil. Somos importantes para Ele e, embora sejamos imperfeitos ainda, a felicidade de alguém pode estar em nossas mãos...