A aventura de encontrar o eu escondido.
06/11/2013 10:01
Ao longo da vida, escondemos certos atributos, características nossas, que em algum momento temos o impulso e a motivação para procurá-las.
É uma tarefa difícil, tão bem as escondemos no sótão da nossa individualidade.
Fazemos isso atendendo as críticas dos pais, irmãos, companheiras e principalmente de si mesmo.
Nos julgamos, criticamos, condenamos e trancamos cada característica condenada em uma sala escondida lá no fundo da nossa existência.
Mas há um momento do querer despertar, do querer se encontrar.
Um artifício para se encontrar é examinar aquilo que te irrita nas outras pessoas, o que te incomoda.
Pode ser um atributo positivo ou negativo, não interessa. Se te incomoda, é uma pista para alguma busca.
Lá atrás, quando pensava que tinha essa característica também, condenei em mim mesmo, aboli e tranquei essa característica no sótão. Penso agora que não tenho mais, o que na verdade ainda tenho, e esse exercício serve inclusive para as características boas e grandiosas.
Deixe que o seu lado sombrio abrace o seu lado luminoso e se aceite por completo.
A aceitação é o primeiro passo para mudar. É um paradoxo como já comentei. Apenas aceitando o que somos é que estamos preparados para mudar para melhor.
Não digo que seja uma ação fácil nem intuitivamente agradável. Quando nos encontramos na escuridão da nossa individualidade, podemos ficar assustados. Podemos nos deparar com características renegadas por muito tempo. Às vezes escondemos tão bem que é difícil nos encontrarmos.
Certamente é mais fácil analisar características boas nas pessoas e em nós mesmos. No final, encontrar o nosso eu escondido é, no gratificante e construtivo.
Quando conseguir deixar de me aborrecer com alguma característica negativa em outra pessoa, é sinal que não me incomodo com ela em mim mesmo. Já a aceitei estou pronto para deixá-la ir.
Ao contrário, quando você se aborrece constantemente com outra pessoa, se apega à mesma característica em você e não vai deixá-la ir.
Aquilo que nos abala, mexe com alguma coisa de nós mesmos.
Aquilo que admiramos nos outros, também está dormente dentro de nós, esperando para ser desperto, esperando para atuar.
Se permita ser e estará livre.
R.S. Beco